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Para acelerar reforma, ponte no Rio Paraguai receberá segunda rampa metálica

Às vésperas de completar o primeiro aniversário da interdição parcial da ponte sobre o Rio Paraguai, na BR-262, iniciada em 21 de março do ano passado, a Agesul anunciou que está prestes a instalar uma segunda estrutura metálica e assim agilizar os serviços de reforma e restabelecer a normalidade do tráfego até o fim do próximo mês.

A primeira estrutura metálica foi instalada no dia 18 de fevereiro e a previsão era de que em 15 dias os trabalhos de reconstrução da pista de concreto nesse local estariam concluídos e ela seria levada para o próximo. Ao todo, são cinco pontos em que a laje precisa ser reconstruída. 

Porém, 30 dias já se passaram e o primeiro ponto de concretagem ainda não foi feito. E, por conta desta demora bem superior ao previsto, uma segunda “ponte” de metal deve ser instalada até o final da próxima semana, conforme previsão feita pela assessoria da Agesul. 

Essa estrutura metálica é uma espécie de rampa, de 17 toneladas, montada em São Paulo, que suporta o peso de 70 toneladas das carretas com minérios sem que elas encostem no concreto que está sendo refeito nos cinco pontos colapsados. 

E, apesar da lentidão dos trabalhos, a Agesul mantém a previsão de que a reforma seja concluída em abril e o tráfego será restabelecido. Desde 21 de março do ano passado somente uma das pistas da ponte está liberada.

Além disso, caminhões com o excesso de peso estão sendo barrados e um limite de velocidade foi imposto para estancar o crescimento dos danos e garantir a segurança dos operários que estão trabalhando na reforma.

Pela ponte passam, em média, 800 veículos por dia. Somente caminhões com minério são em torno de 350. E a BR-262 é a única rodovia asfaltada de acesso às cidades de Corumbá e Ladário, onde residem 118 mil pessoas.  

Nos dias da concretagem dos cinco pontos danificados será necessário interromper por completo a passagem de veículos por um período de pelo menos 12 horas. A previsão é de que isso ocorra durante a noite, em datas que ainda não foram anunciadas. 

Inicialmente a direção da Agesul chegou a anunciar que as interrupções totais do tráfego poderiam durar até três dias (72 horas) para garantir uma cura (secagem) adequada deste concreto. Porém, por causa dos transtornos que isso causaria, o Governo do Estado passou a informar que essa cura será possível em apenas doze horas. 

HISTÓRICO

Tanto os custos do serviço de controle do pare-e-siga, da ordem de R$ 340 mil mensais, quanto a reforma das lajes, contratadas com a empresa ENGR Engenharia e Consultoria, por quase R$ 1,7 milhão, estão sendo bancados pelo Governo do Estado, embora a ponte esteja instalada em rodovia federal. 

Isso acontece porque a ponte, entregue há 23 anos, foi construída pelo governo estadual. Durante a maior parte deste período foi cobrado pedágio e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da ponte.

Mesmo assim, ela foi devolvida sem plenas condições de tráfego. A cobrança de pedágio só acabou em setembro do 2022, mas a empresa responsável, a Porto Morrinho, permaneceu na ponte até 15 de maio do ano passado. 

Antes dessa data, porém, o tráfego já começou a fluir somente em meia pista, justamente por conta das falhas na estrutura que agora estão sendo reparadas. 

Com 1.890 metros de comprimento e inaugurada em maio de 2001. Em média, a cobrança de pedágio rendia R$ 2,6 milhões por mês no último ao de cobrança. O último contrato de concessão, com a empresa Porto Morrinho, começou em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 400 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão.

Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35%  do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%.

Nos primeiros oito meses depois do fim da cobrança de pedágio, entre setembro de 2022 e maio do ano seguinte, a concessionária continuou cuidando da ponte. Neste período, recebeu pouco mais de R$ 6 milhões dos cofres estaduais. Atualmente, a empresa que controla o tráfego é a empresa RR Ceni Terraplanagem. 

Fonte: Correio do Estado

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