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Novo estudo revela que os maias tinham preferência por sacrificar meninos

Pesquisadores desvendaram segredos de uma prática até hoje pouco compreendida dos maias. O novo estudo, publicado na revista Nature, revela que os membros dessa civilização pré-colombiana preferiam sacrificar meninos em seus rituais. As descobertas foram feitas em um sítio arqueológico na península de Yucatán, no México, onde se localizava a antiga cidade de Chichén Itzá.

Sacrifícios humanos

A civilização maia, que se estendeu por áreas que hoje compreendem o México, Guatemala, Belize, Honduras e El Salvador entre os anos 2000 a.C. e 1500 d.C., aproximadamente. Essa população se tornou conhecida por seu conhecimento avançado em astronomia, matemática e sistemas de calendários, além de suas estruturas arquitetônicas complexas. Os sacrifícios humanos, feitos para apaziguar os deuses, garantir a fertilidade agrícola e manter a ordem cósmica, também eram uma parte importante das crenças religiosas e cosmológicas dos maias.

Uma equipe internacional de pesquisadores, incluindo especialistas dos Institutos Max Planck de Antropologia Evolutiva e Geoantropologia, da Universidade de Harvard e de instituições mexicanas, conduziu uma análise genética dos restos de 64 crianças encontradas em uma câmara subterrânea próxima ao Cenote Sagrado. Esse local, conhecido como “chultún”, foi palco de sacrifícios ritualísticos por mais de 500 anos.

Os resultados mostraram que todas as crianças sacrificadas eram do sexo masculino, contrariando as suposições anteriores de que as meninas eram as preferidas. Além disso, muitos dos meninos eram parentes, alguns até identificados como gêmeos idênticos, sugerindo que garotos da mesma família eram especificamente escolhidos para os sacrifícios. Essas descobertas também se relacionam ao Popol Vuh, texto espiritual que narra histórias dos “Gêmeos Heróis” Hunahpu e Xbalanque que passam por ciclos de sacrifício e ressurreição. 

“A similaridade de idades e dietas dos meninos, sua estreita relação genética e o fato de terem sido enterrados no mesmo lugar por mais de 200 anos indicam que o chultún era um local de sepultamento pós-sacrifício, com os indivíduos sacrificados tendo sido selecionados por uma razão específica,” disse a autora do estudo Oana Del Castillo-Chávez.

Fonte: HistoryChannel

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