Entenda como foi o ataque do Irã contra Israel e as possíveis consequências
O Irã lançou um ataque inédito contra Israel na noite de sábado (13) — madrugada de domingo (14) pelo horário local. O bombardeio cumpriu a promessa das autoridades iranianas de “punir Israel” como resposta a um ataque contra um consulado do Irã.
▶️ A escalada na crise começou no dia 1º de abril.
- Naquele dia, um ataque israelense matou um comandante sênior da Guarda Revolucionária do Irã e outras seis pessoas na Síria.
- O bombardeio atingiu a missão diplomática do Irã em Damasco e foi conduzido por aviões militares.
- À época, Israel evitou comentar o caso, mas fontes da Defesa israelense confirmaram a autoria do bombardeio ao jornal “The New York Times”.
▶️️ “Ação agressiva e desesperada”: Um dia depois do ataque, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometeu vingança e disse que Israel iria se arrepender do ataque.
- Na mesma linha, o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, afirmou que o bombardeio não ficaria sem resposta.
- Ao Conselho de Segurança da ONU, o Irã disse que tinha o direito de revidar o ataque de Israel e pediu que o órgão fizesse uma reunião de emergência para discutir a agressão.
▶️️ Tensão: Nos dias seguintes, começaram a pipocar informações sobre a possibilidade efetiva de uma resposta do Irã. O governo dos Estados Unidos, inclusive, demonstrou preocupação diante da ameaça.
- No dia 10 de abril, o aiatolá Ali Khamenei voltou a prometer uma resposta contra Israel durante um discurso de encerramento do mês sagrado dos muçulmanos, o Ramadã.
- O líder supremo do Irã disse que o regime israelense deveria ser punido.
- Momentos depois, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, respondeu Khamenei e o marcou em uma rede social.
- “Se o Irã lançar um ataque do próprio território, Israel vai responder e atacar o Irã“, escreveu Katz.
Aiatolá Ali Khamenei abraça familiar de membro da Guarda Revolucionária morto em ataque de Israel — Foto: West Asia News Agency via Reuters
O dia do ataque
Na manhã de sábado (13), o Irã apreendeu um navio português e disse que a embarcação é ligada a Israel. A ação iraniana aumentou as especulações sobre a iminência de um ataque contra Israel.
▶️️ Tarde de sábado: Na expectativa de um ataque, as Forças de Defesa de Israel ordenaram a suspensão de aulas em todo o país e a restrição de aglomerações. Poucas horas depois, os militares afirmaram que o Irã havia lançado o ataque, enviando dezenas de drones para Israel.
- Os drones não são tão rápidos quanto mísseis. Àquela altura, as autoridades sabiam que as aeronaves não tripuladas demorariam horas para chegar até Israel.
▶️️ Preparação: Enquanto o ataque não chegava em solo israelense efetivamente, diversas ações foram tomadas. Entre elas:
- o espaço aéreo foi fechado no Iraque, Líbano e Israel;
- Israel posicionou caças e efetivo militar para conseguir derrubar os drones antes que eles atingissem os alvos;
- sirenes foram acionadas em algumas regiões de Israel, alertando a população sobre o ataque.
▶️️ Aproximação: No caminho até o território israelense, parte dos drones foi derrubada por aeronaves de Israel, dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Jordânia.
- Por volta das 19h (horário de Brasília), ainda antes de os artefatos chegarem a Israel, a missão do Irã na ONU afirmou que o ataque estava encerrado, referindo-se a ele com uma “ação legítima”.
- “O assunto pode ser considerado encerrado. Contudo, se o regime israelense cometer outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa“, escreveu o perfil da missão do Irã na ONU em uma rede social.
- Além disso, o Irã confirmou que também havia lançado mísseis contra Israel. Ao todo, foram mais de 300 artefatos, entre drones e mísseis de cruzeiro e balísticos.
Fonte: G1