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‘Simpática, educada, prestativa e querida’, destacam vizinhos de travesti morta na Capital

Foto: Repórter Top

Amigos e vizinhos estão consternados com a morte da travesti Pamela Myrella, de 31 anos, que foi incendiada e teve 90% do corpo queimado após uma discussão com duas outras transexuais em Campo Grande. A vítima era tida como benquista, adorada e conhecida por todos na Vila Carvalho, bairro onde morou por mais de 10 anos.

Segundo vizinhos, ela era um amor de pessoa, uma pessoa super querida, super conhecida na redondeza, na vizinhança, tanto por quem mora no bairro quanto nos comércios. Todos frisaram que Pamela era uma pessoa muito bem quista,

Conforme o locatário da casa onde ela morava, Miguel Nunes, 70 anos, ela era uma moça extremamente simpática, extremamente educada, muito prestativa, muito querida por todo mundo nos arredores. “Ela era muito benquista aqui, um amor de pessoa, nunca deu trabalho. Faz muito tempo que ela estava morando aqui e ela era sempre sozinha, mas nada justifica o que fizeram com a moça, não merecia”, disse o idoso.

Uma amiga também comentou sobre a relação com Pamela e declarou que considerava ela como uma filha. “Ela era como se fosse uma filha. A comunidade inteira gostava dela aqui. Todo mundo conhecia ela”, lamentou.

A ATTMS (Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul) publicou uma nota informando do falecimento. Pelas redes sociais, a associação lamentou a perda e se solidarizou com familiares e amigos.

“Sua partida é uma perda imensurável, não apenas para seus amigos e familiares. Neste momento de dor, nos solidarizamos com aqueles que a amavam e que tiveram o privilégio de conhecê-la. Que possamos honrar sua memória continuando a luta por um futuro onde todas as vidas sejam respeitadas e valorizadas. Descanse em paz, Pamela Myrela. Sua luz nunca será esquecida”.

O crime

Pamela Mirella morreu na madrugada desta terça-feira (21), na Santa Casa de Campo Grande. Ela estava internada no hospital desde a madrugada deste domingo (19), quando foi atacada por duas transexuais após discussão em boate da capital.

Expulsas do estabelecimento, as agressoras, identificadas como A.D.S.S. e H.R.G.S., planejaram o crime com frieza. Segundo consta no boletim de ocorrência, uma delas comprou um galão de gasolina em um posto de combustíveis e, juntas, foram até a casa da vítima.

Ao chamá-la no portão, jogaram o combustível sobre o corpo dela e atearam fogo. Pamela foi socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levada à Santa Casa em estado gravíssimo. Ela ficou internada na UTI em coma, mas não resistiu aos ferimentos e morreu dois dias depois.

As autoras foram presas na madrugada desta segunda-feira (20) após familiares e amigos da vítima, aflitos e pedindo justiça, comparecerem na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) – Cepol, durante a madrugada e informarem o paradeiro das autoras.

Elas foram encontradas por uma equipe composta pela delegada e investigador, com o auxílio de investigadores da DHPP (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios), que efetuaram as prisões em uma pensão para transexuais no bairro Amambaí.

As conduzidas foram autuadas pelo crime de tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil e com emprego de fogo e estão na Unidade Policial aguardando a audiência de custódia. Agora, com a morte de Pamela, elas devem responder por homicídio.

Fonte: TMN/ML

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